terça-feira, 24 de agosto de 2010

____. bilíngue


[e por falar em formigas...]


O que posso dizer...


se tuas palavras não ditas

vestiram-me, bilíngue, rosa partida

entrelaçada em flor

de sisal?


se há na tua língua um tropel de formigas

onde levantei broquel suicida

capaz de fundir

manancial?


O que posso dizer...


se todas as cores de Monet cegaram-me

a retina, traindo-me as narinas

entre surtos e silêncios

de Chagall?


se depois de vender flores,

enfileirar flamas em frascos de

silêncios assustadores

o resto me parece

completamente

banal?


‘mais’...


por falar em formigas...




* As estrofes dos poemas encaminham para outras intersubjetividades a partir da contemplação de Monet e Chagall, dentre elas as séries:


10 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Querida Hercília,

sua escrita é primorosa.
Sempre!

Um beijo,
Doce de Lira

Anônimo disse...

Belíssimo!

Beijos.

Unknown disse...

O que mais dizer

dessa pérola que nos oferece?

Belíssimo!

Beijos

Mirze

André HP disse...

Belo, muito belo.

Adriana Godoy disse...

Lindo! Seu texto encanta...bj

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Hercília. Nunca li algo tão sublime nos ultimos tempos.Encanta até o fim e esse coração. bj

TON disse...

Soberbo!!!!!!

Benny Franklin disse...

De prima!

L. Rafael Nolli disse...

Com certeza se trata de um poema especial, Hercília! Como sempre, muito bom!

Hercília Fernandes disse...

Caríssimos,

grata pelas apreciações e afeições várias.

Adoro vocês!

Beijos com carinho,
H.F.