Fotografia "Hot barbecue" by Sidclay Dias
IPoemas com cios coxos
pululam em rodagens recém empoeiradas
como facões enferrujados de circuncisão
no saco escrotal da noite.
Gritos bennyanos surrealistas,
cerrando velhas portas,
empurram o silencio regurgitado
na cabeceira do agora pulsante,
no Artêmis de antes gozo.
II
É no cimo da revolta
que um verbo hipnótico ejacula
bílis de laudas rejeitadas,
traz clareza cáqui
para o arcabouço
da poeticidade multifacetada...
Urros, movendo-se para a relva suicida
desnudam glandes beats
para o recozimento
dos cancros cegos...
III
Sob a peia do jirau
uma rosa fecal abençôa o cubano tragado
e uma insonhável poesia belemita se masturba amarelada
para vagar livre no vaivém das bocas;
para entornar em uma bacia atemporal
o torpor das línguas verborrágicas;
para confundir olhos-lodos,
os fingimentos dos punhais.
IV
Argh! Esta esperança morta
poderia ser o poema-mór
de um sonhador insosso
influenciado por jorros espermáticos
das orquídeas manufaturadas.
Tolo como véu de vulvas
e cínico e bruto como tempestade
hei de cunhar um tempo
em que a obra e o tesão poético de um fazedor
não dependa (jamais!)
da virilidade intelectual
do sorriso.
V
Será o tumor
um poeta de estômago inteiriço?
Ou será o poeta
um tumor de gramática suburbana
repleto de turbilhão de luzes
que copula o sol com socos de boxeador
e goza indolor com sorrisos
fulgurantes e orvalhados?
VI
Volto os meus ouvidos
para os inaudíveis gritos do olhar
que varam a multifaçatez da janela.
No antro além dos calabouços
um homem escreve poemas
e teima em não analisar o feedback da vida.
E agora, depois de incrédulo,
se surpreende (com lagrimas para derramar)
com a profissão da insensatez,
com o encharque da incoerência
rompendo soluços
nas cerrações do tempo morto.
By Benny Franklin
7 comentários:
cara, bom demais esse texto.
essa linguagem me lembra bem uns poetas podres daqui de bh.
Caro parceiro de dia, neste Blog..., gostei deste poema viril da cabeça aos pés, sem falhar os cotovelos e passo agora aos dedos a impressão da expressão, só para deixar: um abraço.
Bennyano, belo, contundente. Abraços, poeta.
Poema macho, valente, de guerreiro banto; encharcado com uma testosterona atrevida, embruxada, dionizíaca, tocada por Midas.
Costumo fugir de ambientes saturados desse hormônio, mas que este poema é ótimo não há dúvidas. Epididimal...
Chico
Uiva Benny, uiva!
e eis o mistério da fé !
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