os dias vão
se afunilando pela única janela
sem grades da tarde encarcerada
pipa metálica de calda airada reluzente
um superpersônico
vermelha,
a cozinha chupa brasas do poente
suspiramos o que arde nas máquinas
garras atrasadas nos
escombros da encosta
crua
gaviões que remontam cílios garbosos no
que há de humano desses galhos secos,
nossos pés são o caminho
arredondando cacos de passado
na pele adocicada das engrenagens
de montar mares.
7 comentários:
Heyk, na minha modesta opinião, esse é um dos melhores poemas já publicados aqui. Gostaria de tê-lo escrito. Parabéns e um abraço.
"pipa metálica de calda airada reluzente"
isso saiu sinestésico.
Poesia. Pura poesia. Muito bom. Meus cumprimentos, poeta.
Achei muito bonito a cor de algumas frases:
'a cozinha chupa brasas do poente'
'suspiramos o que arde nas máquinas'
'engrenagens de montar mares'
Não tenho a mínima ideia do que os seus poemas querem dizer!
Mas invento o que eles querem dizer para mim.
Gostei muito!
Grato,
caros.
O que o poema diz fica a gosto do freguês. Esse não é um poema terminado ainda. Mas escorreu bem e foi pela metade mesmo para a tela.
Obrigado a todos pela paciência em ler nossos versos tão descompromissados.
excelente..versejar muito bom, sublime e inteligencia...ab
Postar um comentário