sexta-feira, 16 de abril de 2010

SENTIDO

És o vento

que bate em meu rosto.

És o fruto

de meus tolos sonhos.

És a corda forte

que me sustenta,

sou ser sem sorte

que se lamenta.

És a menina adorada,

sou cantor sem viola.

És a noite enluarada,

sou o que te olha.

És a orquestra afinada,

o coral suave.

És bela

como o vôo da ave.

És estrela cadente,

que ninguém alcança,

que concede o desejo

da doce lembrança.

Se minha mão sentida

tocasse seu corpo,

se minha vida perdida

recebesse seu beijo.

Sim, te amo,

és o caminho que escolhi,

no qual me dano,

pois sofro, como nunca sofri.

1978

Nota: De um tempo em que eu achava que viver era morrer de amor.

2 comentários:

Lírica disse...

Sou desse tempo...

Lírio Amarelo disse...

E o tempo de amor nunca se perde. Nao porque é amor mas porque se viveu o amor.