SENTIDO
És o vento
que bate em meu rosto.
És o fruto
de meus tolos sonhos.
És a corda forte
que me sustenta,
sou ser sem sorte
que se lamenta.
És a menina adorada,
sou cantor sem viola.
És a noite enluarada,
sou o que te olha.
És a orquestra afinada,
o coral suave.
És bela
como o vôo da ave.
És estrela cadente,
que ninguém alcança,
que concede o desejo
da doce lembrança.
Se minha mão sentida
tocasse seu corpo,
se minha vida perdida
recebesse seu beijo.
Sim, te amo,
és o caminho que escolhi,
no qual me dano,
pois sofro, como nunca sofri.
1978
Nota: De um tempo em que eu achava que viver era morrer de amor.
2 comentários:
Sou desse tempo...
E o tempo de amor nunca se perde. Nao porque é amor mas porque se viveu o amor.
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