quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Terno da Eternidade




A vida tem sido uma taça de vodka,
com uma linha pesada no espelho

O meu sol é o mofo do quarto,
entre discos que esqueço no aparelho

Acordo com o chiar da vitrola
e a TV no mudo, fora do ar

Meus olhos são duas cavernas,
que elevam o inferno a nenhum lugar

Minha garota é o mediaplayer,
e a mão direita é que faz o amor

A solidão é de saliva seca,
e o vômito perfumando odor

Avante em passos largos ,
até o dia do sono profundo...

Noites, minutos, meses e anos
Soam a amargura de um blues eterno

Revestido em madeira, recheado de vermes
Elegante, é claro...
Trajando um belo terno!

8 comentários:

acervopop disse...

Bem,
Este blog é simplesmente maravilhoso. A idéia sensata, gostaria de acompanha-lo. Como faço?

Abraços,

BAR DO BARDO disse...

"a amargura de um blues eterno"

- se superou, brô!

Felipe Costa Marques disse...

poesia na veia!

hard grind core!

abraço

TON disse...

Jack Daniel's na veia!!!!!!!

Lírica disse...

Tomaz, ainda bem que a arte sublima nossas mazelas subjetivas. E você foi excelente do começo ao fim, mas não posso deixar de observar nas tintas de seu relato o tom dramático de um quadro que é delineado em traços muito específicos de um sofrimento real. Tô impressionada_ literéria e clinicamente. Hehehehehehe.

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Muito bom...poesia que mexe, que nos az refletir e muito. Um cotidiano, o ser humano na solidão ou no optar prlo ser sozinho


assim interpretei...Parabens

Barone disse...

Grande Tom. Que porrada meu velho!

kiro disse...

Já sou tua fã! Num vai ter jeito de voltar agora!!! Que poema grandioso. A inexpressividade da vida vazia e rotineira poetisada assim... Não há como não admirar!!!