sexta-feira, 23 de abril de 2010

O erro



Talvez a expectativa
seja o erro.
Vive-se à deriva,
na ânsia
de um ineditismo ilusório.
Sabe-se tão só
que ao enterro
antecede o velório.
Daí a irrelevância
e o cinismo
de todo o resto.
Há algo, enfim, mais funesto
que o aguardo
do amor verdadeiro?
Crê-se que tem sabor de primeiro.
Pra mim, terá gosto de último.


Renata de Aragão Lopes

Poema publicado em 13 de abril no doce de lira.

12 comentários:

VERA PINHEIRO disse...

Renata, querida,como gosto dos teus poemas! Emocionam e desconcertam, assim como, às vezes, o amor.
Beijos!

Adriana Godoy disse...

Renata, um lindo e sábio poema. Uau! beijo.

Unknown disse...

É um poema realmente lindo.

Luciana disse...

ótimo blog!

L. Rafael Nolli disse...

Renata, muito bonito o poema. Realista, bem centrado. Gostei.

BAR DO BARDO disse...

Bem!

:)

Leo Curcino disse...

isso tudo é tão verdade!

Day disse...

Renata, também gostei muito do seu poema... ele tão real que chega doer. Mas é lindo! Obrigada por ter comentado o meu "Sumimdo aos poucos".
beijos!

Helena disse...

Lindo poema e tão real - "talvez a expectativa seja erro" Poesia é colocar a verdade com beleza beijo, Helena

Hercília Fernandes disse...

"Sabe-se tão só
que ao enterro
antecede o velório".

Maravilhoso poema, Renata. Destaco essa passagem porque leva-me à reflexão.

Beijos com carinho,
H.F.

Renata de Aragão Lopes disse...

Queridos

Vera
Adriana
Lívia
Luciana
Rafael
Bardo
Leo
Daisy
Helena
Hercília,

muito obrigada
pela leitura atenta
e pelas considerações
registradas!

Beijos doces de lira!

TON disse...

Vasta reflexão, Renata!

Gostei muito.

Abraço,

Ton