aquarela/ rafael godoy estamos atrasados, meu amor
o rio já correu
o sol já se foi
e o dia ainda não foi embora
perdemos a noite escura
mais negra que os olhos do diabo
perdemos a hora de dançar com as árvores
com seus galhos como as mãos da morte
o vento está morno e fraco
as flores não têm cheiro
perdemos o trem
que atravessa a cidade
não vamos a lugar nenhum
o tempo já passou
ficamos aqui de mãos dadas
como duas crianças perdidas
as ruas são longas
e estreitas as esquinas
estamos atrasados, meu amor
o mundo esmaga os nossos sonhos
lentamente, lentamente...
19 comentários:
Juntos, e com a sensação de que tanto já se foi.
Bonito poema, Dri.
Beijo.
"o mundo esmaga os nossos sonhos
lentamente, lentamente..."
Muito bom Adriana! Há um contraste interessante entre a imagem e o texto.
não vamos a lugar nenhum
as flores não tem cheiro
o mundo esmaga os nosso sonhos
Maravilhoso, DRI!
O mundo esmaga mesmo nossos sonhos.
"Perdemos a noite mais negra que os olhos do diabo"
Metafórico e rico em construção e imagem poética e Rafaélica!
Parabéns!
Beijos
Mirse
ficamos aqui de mãos dadas
como duas crianças perdidas
as ruas são longas
e estreitas as esquinas
belo, Adriana.
Godoy,
adoro este poema. Muito bom relê-lo!
Sim, estamos [sempre] atrasados...
Beijos,
H.F.
De tão verdade, chega a doer.
Bonito demais, Adriana.
Carinhos
Adriana
Estou com o olho d'água...de tão aberto amor e companheirismo e de vontade de ser 'somos'...
Tocou as entranhas...
Bárbaro!!!!
Lindo poema, Dri.
Suas ruas longas e suas esquinas estreitas fizeram-me lembrar as pinturas de Maurice Utrillo (que eu adoro).
Beijuuu
E o mundo esmaga mesmo,Adriana sempre fabulosa, abraço.
Oi Adriana,
Acho que já tinha lido esse poema. Gostei muito, bonitas imagens poéticas. Bj.
Olá Adriana,
Esse seu poema me fez lembrar de coisas boas.
É...de vez em quando
atrasar,não faz mal,antes tarde doque cedo não é mesmo?
abçs
Ana Lago
Imediatamente,
cantarolei:
"é pena
que você pense
que eu sou escravo/
dizendo
que eu sou seu marido
e não posso partir/
como as pedras
imóveis na praia
eu fico ao seu lado/
sem saber/
dos amores
que a vida me trouxe
e eu não pude viver"
Há algum sentido? : )
Beijo,
doce de lira
Melancólico, Dri. É a gula insaciável de Cronos.
E como sempre: gosto demais dos desenhos do Rafa.
Oi, gente, obrigadíssima pela leitura e comentários tão especiais.
Estou sem tempo, só passe aqui mesmo pra agradecer. Beijos.
De prima! bjs.
Onde se lê Rafa, leia-se Adriana.
Perfeito! Drika, queria ter escrito esse poema... o que tenho a dizer? lindo! beijos Anita
Cunhadão: uma palavra: saudosismo?
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