sexta-feira, 12 de março de 2010

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Posse e Desfeitura
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(À memória de um certo umbigo -
gral, que de fundo e belo
poderia conter no vórtice
os ovos de um cuitelo
)
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1/2 lua
e a dança tua
deterei
neste tempo afoito
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como tudo mais
que se move
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E do fogo que ardia
em teu pelo
gardarei fagulhas:
súmulas do pasto
que me há saciado
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Também
perpetuarei
------------tua boca
a lamber-m'a face
com fúria de lobo

e o que houve de probo
nesse olhar sem cautela
------------andrajoso, roto
entre urros e coitos
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Ah, e por que não
------------ainda
--------------------trancafiar os retratos
das mãos obscenas
no chão
------------parque
--------------------relva
sem muito supor ?
( ... se eram dedos de garoa fina
em pétalas de canção de pássaro ... )
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Do mais, manterei o vinco
Mas atarei, de soberba, ainda
teu umbigo cálido
*
*
E então, num arco de lua
co'a pele tatuada
------------por tua carne crua
e havendo dançado
------------um súbito fado
farei dormir
------------meu sono pesado
*
( dormência de cobra
deste tempo afoito
- torcida no vidro
numa espécie de 8 )
*

10 comentários:

Adriana Godoy disse...

Assis, você é o cara. Beijo.

Benny Franklin disse...

O cara que admiro - de prima.
Abs, Assis.

Assis de Mello disse...

kkkk
O cara de pau !!!

Débora Tavares disse...

"Pétalas de canção de pássaro". Muito bonito!
Abs,
Débora Tavares

Barone disse...

Belíssimo!!! Bravo!!

Flá Perez (BláBlá) disse...

e que final!

L. Rafael Nolli disse...

Definitivamente: é o cara! Poemaço!

Lírica disse...

Pasmei! Poesia de primeira, belíssima. Parabéns.

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Belo Poema.
Trança bem a palavra, belo instante ...


ab

Joe_Brazuca disse...

assis, voce sempre nos absorve e surpreende !

Formidável !


(..só corrige o "guardarei fagulhas", pra ficar mais bonito ainda...rs...eu te juro que não sou revisor !...rs)

abs