segunda-feira, 22 de março de 2010

Contradições




Enquanto aguardo a sua chegada,
busco o relógio e adianto as horas
na esperança da sua falta.

Enquanto anseio pelo seu beijo,
Trinco os dentes, mordo a língua,
E engulo a saliva e o sangue.

Enquanto meus pelos se arrepiam ao seu toque,
me visto de aço e ferro,
e encarcero todo o meu corpo.

Enquanto meu olhar de fogo se rebela e te acolhe,
meus lábios se trancam,
se calam e te negam.

Me contradigo...

Então... meus versos surgem de desejos confusos, dispersos...
e minha alma vagueia entre metáforas livres e incertas...
por ora eu peso a razão e o não-senso.
Mas perco a conta e começo tudo de novo.

Daisy Melo

2 comentários:

Anônimo disse...

putz! quão sensível...

Anônimo disse...

De ambivalências vive a poesia.