terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ÚLTIMO INSTANTE

ÚLTIMO INSTANTE

encontro na noite a insónia
e hoje não a combato
deixo-a instalar-se –
e não apago a luz
fico a fazer-lhe companhia

enquanto escrevo o poema
e descubro os versos
cheios de achados –
eu…

quebra-se o poema em
[estilhaços
e um fragmento de lâmpada
fere-me o coração de morte

quando procuro o último
[suspiro
eu ainda estou a compor

assim até ao último instante

3 comentários:

L. Rafael Nolli disse...

Meu camarada, que belo poema! Gostei muito.


"Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco."
Carlos Drummond

Renata de Aragão Lopes disse...

O poeta e a madrugada.
Em busca de versos
até o último instante!

Muito bonito, Francisco!
Um abraço e feliz 2010,
doce de lira

Francisco Coimbra disse...

Aos parceiro e amigos, agradeço e faço votos:
FELIZ 2010!