sábado, 12 de dezembro de 2009

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Cruzeiro Marítimo
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A claridade da manhã salpicada de rorejo
atravessa as frinchas da veneziana
e se atira
sobre essa pele de damasco

, ó gitana de Guadix
e ouso inferir
que tua musculatura
rija----------
de tanta noite
exora massagens
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um passeio
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de minhas mãos
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mas
como dormes
com essa expressão
cevada
e plena
refreio-me
a vigiar
as subidas e descidas
de teu ventre
meio mouro
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E deste ponto central
------------------da sobrequilha
onde o mastro prende a vela
a uma doidice tremulante,
eu
marinheiro laico
dou-me às vagas
desse mar bronzeado
jamais singrado
por um discípulo de Sagres
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e naufrago nas bordas d’uma ilha
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desse mais
tormentoso
pacífico
de teu
sul
!
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5 comentários:

Carol Mioni disse...

Atravessei o pacífico visualizando o movimento dos quadris...bela viagem!

Benny Franklin disse...

Poema que tem a marca de um dos grandes poetas brasileiros.

Boa, Assis.

De prima.

Adriana Godoy disse...

Assis, um poema tão erótico escondido nessas imagens belíssimas. Bravo, poeta, mais um que faz a diferença. beijo.

VERA PINHEIRO disse...

Assis, estou atrasada no abraço, então vai abraço em dobro. Lindo!

Joe_Brazuca disse...

um pós-concreto bem explorado.
Ficou muito bom, estética e sonoramente.

eu fui salvo do naufrágio...

Muito bom, Assis !