I
Roíam as engrenagens da embarcação
sem saber-se enquanto ratos
poderiam aniquilá - la
Jovens
desconheciam o poder dilacerante das cordas do tempo
II
Amanhecia ele sentava no meio fio
Substância inebriante em suas mãos permitia o sonho
Já sangrado dos encontros
dor não mais o afligia
Era sempre um sorriso enigmático
III
Amantes ansiavam pela fusão
Uno alentador
De antemão
traziam a impossibilidade de sua plenitude
IV
Os soldados varriam o sangue
de qualquer nacionalidade
O liquido denso formava um rio
Todos já eram outro
7 comentários:
Profundo e enigmático
visualisei como "flashs"
assim, eu gostei !
agora eu um, ja sou outro...com fauto, mas sem o cérbero...
Fausto,errei...
Antológico, Sérgio.
surpreendentemente belo. beijo.
'O liquido denso formava um rio
Todos já eram outro': bela imagem. Vigoroso, poema fundamental.
Meus caros, realmente como diz sagamundo poema fundamental no sentido que enxuguei ao máximo as palavras mantendo apenas as mais fundamentais. Assim como um bisturi um corte preciso e profundo.
Emocionantes os comentários de vocês.
Grande abraço
É, Sérgio, esse poema é muito bom! Gostei.
Postar um comentário