terça-feira, 17 de novembro de 2009

novembro, 16, 7:40


calor de meio-dia às sete e meia
torpor de noite e meia na manhã

o mar se faz deserto liquefeito
pretérito imperfeito de sertão

o rio em água morna se espreguiça
atiça como fogo de braseiro

o cheiro de suor e esse mormaço
(o traço mais constante do verão)

azul o sol explode na fruteira
e inscreve na cadeira essa manhã



Márcia Maia

7 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Refinado.

Bossa nova...

tenório disse...

Que obra prima!

'azul o sol explode na fruteira
e inscreve na cadeira essa manhã'

FC disse...

Um prazer, ou como muito menos de 1000 palavras valem muito mais que 1000 imagens sensacionais!

Fábio disse...

Uma equipe de peso hein!! Blog com muita qualidade.. qdo der visitem meu espaço www.ecosdotelecoteco.blogspot.com . Abraços

L. Rafael Nolli disse...

Mantendo o alto nível, mensalmente me surpreendendo com o poema exato. Muito bom, Márcia. Respondi o teu e-mail. Abraços!

Joe_Brazuca disse...

Estupenda poesia !...Visualíssima !
perfeita no "approach"...

só isto :

"o mar se faz deserto liquefeito
pretérito imperfeito de sertão"

já é um poema completo...

adorei !

Flavio Machado disse...

um belo poema parceirinha, eu postei um velho poema, estive fora hoje viajando a trabalho para Vitoria, e queria escrever um poema novo direto de Vitória, mas alem de não conseguir um computador, o pessoal da Gol conseguiu adiantar meu vôo, então não deu, belo poema
bjs