navego em falso objeto
de desejo e de prazeres
sob luas que minguam
e escapam entre os dedos
navego em falso segredo
de pele que arde e treme
em loucuras de seios leves
em breve resvalar nos lábios
navego em falso devaneio
de mãos que tocam coxas
buscando a mais intensa
delícia que a vida rege
navego em falso sonho
de corpos que se enlaçam
num laço de gozo e asco
ao timbre d’amor sedento
5 comentários:
E o que é coisa qual devaneio-falso, ou sonho-falso? Como se navega sob luas de tantas falsidades? A navegação é valsa? Navego-em-falso, um passo-em-falso, quase um ato-falho.
Todo devaneio é real e verdadeiro. Disso, a antítese do devaneio talvez seja a ação, a execução.
Minha imagem preferida da poesia?
Seios leves.
Olha só, escrevi "valsa" sem querer. Ato falho. Naveguei em falso.
Ficou bonito, né? Neil Gaiman disse uma vez que um amigo escritor o disse que alguns erros datilográficos devem ser mantidos.
Que minha valsa não seja falsa.
E o que há de mais verdadeiro do que tais falsidades?
Gostei da valsa do Victor. Quem é poeta o é, mesmo sem pretender.
Mas voltando ao poema... Essa denúncia condescendente, de cúmplice, certamente está entre o "sem tempo" do desejo e a efemeridade do real...
Lírica.
sonhei junto !
belas falsidades...
E, pegando o "erro" do Victor Meira...
Valsei !
bom !
bonito poema, muito bom.
cumprimentos!!!
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