terça-feira, 24 de novembro de 2009


De lavanda

O sexo gemeu mas as pernas andaram, direção do certo.
Olhar perdeu o rumo, deu cansaço, cólera, peste, vitiligo, coração parou.
No rastro fui chegando, entorpecida.
Dei de beber, fumar, dei pro rei, a rainha, os valetes, perdi seu amor e agora este perfume.
Sem rumo fui vagando, entrei em lupanares, fiz força de salmão, enfrentei corredeiras, andei fora dos trilhos e todo trem me pegou.
Lavanda, lembrança que enterrei bem fundo nesta cova.
E piso no teu corpo, sapateio no tumulo.
Porque o amor é feroz, ah é feroz quando brota e se rasga.
Canalha em suspensão, meio-dia de meias.
Cuspo em ti.
Porque o amor é feroz ah é feroz, coração.

7 comentários:

Joe_Brazuca disse...

visceral, no mínimo...

no máximo, teatral...

esses canalhas e seus despudores, viu ....

muito bom !

L. Rafael Nolli disse...

Teatral e visceral, com certeza! Concordo com o Joe! Tem um misto de amor e ódio, de violência e ternura! Muito bom, Helena!

Helena disse...

Olá, Joe, obrigada. Estes canalhas despudorados dão grandes personagens poéticos hehe

abração,

Helena

Helena disse...

Nolli, paixão é isto mesmo, não é?: amor e ódio, violência e ternura. Paixão é uma das maiores maluquices humanas hehe

abração,

Helena

Barone disse...

Gostei!

Helena disse...

Obrigada, Barone!
abração,

Helena

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Grande Grande!

Um dos melhores que li hoje
Bárbaro!
Remexe a alma....
abs

Cíntia Thomé