De lavanda
O sexo gemeu mas as pernas andaram, direção do certo.
Olhar perdeu o rumo, deu cansaço, cólera, peste, vitiligo, coração parou.
No rastro fui chegando, entorpecida.
Dei de beber, fumar, dei pro rei, a rainha, os valetes, perdi seu amor e agora este perfume.
Sem rumo fui vagando, entrei em lupanares, fiz força de salmão, enfrentei corredeiras, andei fora dos trilhos e todo trem me pegou.
Lavanda, lembrança que enterrei bem fundo nesta cova.
E piso no teu corpo, sapateio no tumulo.
Porque o amor é feroz, ah é feroz quando brota e se rasga.
Canalha em suspensão, meio-dia de meias.
Cuspo em ti.
Porque o amor é feroz ah é feroz, coração.
7 comentários:
visceral, no mínimo...
no máximo, teatral...
esses canalhas e seus despudores, viu ....
muito bom !
Teatral e visceral, com certeza! Concordo com o Joe! Tem um misto de amor e ódio, de violência e ternura! Muito bom, Helena!
Olá, Joe, obrigada. Estes canalhas despudorados dão grandes personagens poéticos hehe
abração,
Helena
Nolli, paixão é isto mesmo, não é?: amor e ódio, violência e ternura. Paixão é uma das maiores maluquices humanas hehe
abração,
Helena
Gostei!
Obrigada, Barone!
abração,
Helena
Grande Grande!
Um dos melhores que li hoje
Bárbaro!
Remexe a alma....
abs
Cíntia Thomé
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