segunda-feira, 2 de novembro de 2009

amantes


Meu gosto...
Teu gosto...
misturados nos meus dedos
quando acordo de manhã.

Esse sumo glorioso
exulta minha alma de poeta e me lança
na areia movediça da tua carne.

E como é perigoso meu pensamento nessa hora!

Essa nossa pequena desordem
que transmuta de ardências
e me enche de água a boca
torna fértil minha memória antes de dormir.

Ressoa como eco seu gemido sonoro e múltiplo
na minha alma de mulher

Somos amantes esmagados pela torre de babel.

E tão complacente são os nossos segredos
que tento em vão escondê-los entre as brancuras das minhas pernas.

(Imagem de Antonio Ramos Sepúlveda)

3 comentários:

L. Rafael Nolli disse...

Muito bom, sugestivo, sensual.

Joe_Brazuca disse...

como é bom esse dom
de poder ler poesia
assim, da boa
mesmo que doa,
sem anestisia...

bravo,poetisa !

diario da Fafi disse...

Obrigado, meninos!

beijos