vem dizer as palmeiras, pupilas do vento,
perfiladas à margem dos meus sonhos. vem
escrever os olhos do alvorecer nos meus olhos
para que o sol devolva luz suprema ao sentido.
sabes, ceguei. de tanto amar ceguei. tacteio a terra.
planto o que não sei, na esperança de que alguma coisa
possa acontecer. podem aflorar aves nas mãos do cacimbo,
subitamente, a cantar um país que a chuva deixou amadurecer.
mariagomes
in " Di Versos"
Revista Semestral de Poesia e tradução ( 8)
Coord. de J. Vilhena Mesquita e José Carlos Marques
Edições Sempre- em- Pé ( Portugal)
5 comentários:
Lindo.
de amor tb sem morre...
lindo mesmo !
Muito lindo, poeta. Sua poesia sempre é deslumbre.
"vem escrever os olhos do alvorecer nos meus olhos"
Lindíssimo Maria!!
Fico a imaginar
você a declamar
com o sotaque lusitano
de meu pai que tanto amo.
Fico só a imaginar..
e a me lamentar...
pois há um enorme oceano a nos separar.
(RSRS)
Bela poesia.
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