terça-feira, 6 de outubro de 2009

uma carta

Uma carta inventou um poema que não queria ser inventado. O poema ficou tímido e a carta espalhou-se no papel. O papel alargou-se num abraço e criou espaço para um longo beijo. Os corpos tocaram-se por algum tempo. As almas conheceram muitas histórias e inventaram até outros mundos. O poema reeinvindicou seus direitos. A carta não parou nem pra parágrafo. A carta queria dizer coisas que não dizia a ninguém. A carta queria falar de amor, porque amor não pode ficar guardado. Amor quer ser amado sem vírgula e sem demora. Amor é feito de coisa que se recorda e deságua em mar de palavras. As palavras servem de ponte para ligar uma gente a outra. A carta queria apenas existir, mesmo sem resposta...

5 comentários:

Cosmunicando disse...

Flávia, bom voltar e ver um texto lindo desses, com a sensibilidade que te é tão particular.
beijo

Renata de Aragão Lopes disse...

"As palavras servem de ponte"

Gostei, Flávia!
Um beijo.

BAR DO BARDO disse...

Belíssima carta.

Joe_Brazuca disse...

Belíssima carta (2).

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

òtima!!!!