sob os lençóis azuis
a nudez do corpo expande
a solidão da casa
um cheiro de cio
se desprende das paredes
o silêncio geme
o espelho desfia
kama-sutras em imagens
de amores antigos
o corpo ainda nu e
adormecido num tremor sutil
se contrai e umedece
e então de súbito amanhece
Márcia Maia
8 comentários:
Um belo poema, sensual, bem resolvido, bem desenvolvido - e o arremate final é demais! Bom de se ler e de se reler.
Estou com o Nolli. Independente do mote, do teor, o jeito de você juntar as palavras já exala o que o sentido só confirma.
Excelente poema, Márcia !! Muito mais que uma polução ao romper da aurora.
engraçado, márcia.
o poema é bom, inteligente, com imagem potentes, potência de ser sutil é coisa rara e isso rolou por aqui.
agora, fiquei um tanto triste, porque o poema acaba à toa, nem sei se essa pausa no tempo é ruim, talvez não, mas ele acaba gratuito e as rimas últimas não estão à altura do quão bom o poema é no corpo e olha:
"sob os lençóis azuis
a nudez do corpo expande
a solidão da casa"
isso eu gostaria de ter escrito.
até.
De minha parte acho o final desse poema impecável, não consigo imaginá-lo de outra forma ou passivo de qualquer alteração. Sinto uma linha de tempo se desenvolvendo por todo o poema e esse deselvolvimento culmina muito bem no amanhecer súbito. Redondinho.
Sex Blue Poem
Abs e Bjs
Lindo! Sublime!
Lindo! Sublime!
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