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as três confusas
e instilou-se
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mas não conseguiu
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Obs.: Algumas pessoas que leram este poema estranharam a maneira como empreguei os verbos- ora na terceira pessoa do singular, ora na do plural. Minha intenção foi exatamente esta: deixar claro que a criatura retratada (aliás, com bastante fidelidade) vai de una à múltipla, e vice-versa, com uma espontaneidade espantosa.
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Tocata à Confusa em Três Movimentos
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( Ao poeta Fabrício Carpinejar )
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Desceram a ladeira*
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as três confusas
e instilou-se
no lacre da casa
a três-em-uma:
a três-em-uma:
a de humor avesso
a gralha eufórica
a que se viu guerreira
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e hoje vive(m) no rançoa gralha eufórica
a que se viu guerreira
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Mas tudo começou muito antes
no dia em que assomou à cuesta
num vôo prosaico
de vira-bosta matreira:
no dia em que assomou à cuesta
num vôo prosaico
de vira-bosta matreira:
pura raque
sem pluma ou carne
a examinar
a horta
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Tentou imperarsem pluma ou carne
a examinar
a horta
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mas não conseguiu
então desmandou
sem êxito
sem êxito
de modo a restar
apenas
seu retorno consentido
e gratificado
pro lugar de onde vieram
apenas
seu retorno consentido
e gratificado
pro lugar de onde vieram
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: debandou-se
com o rabo entre as pernas
com o rabo entre as pernas
- caniços de junco
palafitas parcas
das várzeas
palafitas parcas
das várzeas
da hiléia
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Foram como vieram
ladeira abaixo
mas de traz pra frente
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a quatro-em-uma
co’a bunda na proa
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ladeira abaixo
mas de traz pra frente
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a quatro-em-uma
co’a bunda na proa
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percorrendo os vales
abarbatados na neblina
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os mamelões
sarapintados de malerbas
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abarbatados na neblina
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os mamelões
sarapintados de malerbas
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talvez já com 5, 6
facetas
mal lapidadas
num único grão
de carbono vil
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facetas
mal lapidadas
num único grão
de carbono vil
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Hoje cai noite fria
e o futuro é incerto
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Hoje cai noite fria
e o futuro é incerto
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Uma lagartixa
mostra a pança na vidraça
e o céu é carijó de tanta estrela
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Uma lagartixa
mostra a pança na vidraça
e o céu é carijó de tanta estrela
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O que há de mais certo
que ser monge ?
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- OMMMMMMMMMM -
*que ser monge ?
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*
- OMMMMMMMMMM -
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Obs.: Algumas pessoas que leram este poema estranharam a maneira como empreguei os verbos- ora na terceira pessoa do singular, ora na do plural. Minha intenção foi exatamente esta: deixar claro que a criatura retratada (aliás, com bastante fidelidade) vai de una à múltipla, e vice-versa, com uma espontaneidade espantosa.
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6 comentários:
Excelente!
tbm gosto de misturar pessoas:é bem mais natural e útil sim.
tenho até um poema onde digo:"pq não posso misturar tu e você...são a mesma pessoa..."
ou algo assim...
a do monje está impagável!
Assis, que belo poema, de tanta qualidade e beleza que surpreende eu, tu e nós. Mais um que engrandece esse espaço. Parabéns. Beijo.
Muito bom, meu camarada. Interessante o emprego do verbo utilizado. Quero destacar uma frase em especial, que por si só é um grande poema: "e o céu é carijó de tanta estrela". Abraços.
verberaste com gosto, chico.
bela homenagem.
abraço
uma
verdadeira sim-
___________fonia
obra_______de
prima
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