domingo, 18 de outubro de 2009

O Quinhão de Leite

Ruga, remela e sulco
os olhos de vela mugem velhos
bramem a enorme melodia de mortalha
entoada ao longo da vida

a fala

um urro que ecoa rugindo
um uivo ladrado, miado
um guincho aceso

o mamífero
é um penado devedor do seu quinhão de leite

7 comentários:

Assis de Mello disse...

Excelente poema, Victor !!!
Do jeito que eu gosto.
Abs.,
Chico

Adriana Godoy disse...

Excelente, Victor. Parabéns pela qualidade de seus versos. Beijo.

L. Rafael Nolli disse...

Victor, bacana o poema - a frase final arremata, fecha de forma interessante, gostei dessa "brincadeira" com duplo sentido: a palavra "penado" ampliada, criando possibilidades de leitura. Abraços, meu camarada.

Heyk disse...

bom, eu li os dois primeiros versos e olhei o nome. adivinhei.

olha, gostei da ideia: o mamífero é um penado que deve o leite que bebeu.

e

as imagens: as primeiras primeiras do primeiros verso

depois os olhos de vela mugirem

depois a melodia de mortalha

depois um parêntese pra explicar a fala ( que sinceramente enfraquece o poema quando usa excesso de palavras que servem pra mesma coisa que bichos deferentes, poema não é dicionário de sinônimo)

e a ideia, aí termina o poema e tem um desenhosinho sem vergonha que não precisava ter aqui, apesar de ser ilustrativo do leite.

Enfim, bom.

Felipe Costa Marques disse...

poema de sorte...

..re li e...

epopeia da fatalidade.

gostei meiraa

abraço

Joe_Brazuca disse...



BOM, MUITO !

Barone disse...

Muito bom Victor !