pequenas particularidades
- como manipular os versos
mostram como eles movem
-- uns e os outros
uns nos outros
--- criando padrões
à compreensão abrangente
---- a atenção chamando
a determinar a finalização
-- MARGEM CONTIDA
primeiro uma só palavra
- existiu
dando um lugar
-- para duas
lhe sucederem
--- tendo ainda mais
coesão e acabamento
---- o todo do conjunto
ganhou verso torneado
~ MARGEM DINÂMICA
embalado pelo diapasão
~~ duma lua
saiu um raio de luar
~ unindo
o arco e a flecha
~~~~ solto nó no alvo
pêndulo móvel
~~~ dono dum dom
ter a translação da roda
~~ MARGEM ABSOLUTA
um par criador do uno
~~~ dançou a valsa
passou para o bolero
~~~~ deu ar à chama
ardeu de paixão
~ incendiando
os aspectos do poema
~~ até esculpir
o magma em erupção!
7 comentários:
A gênese da palavra - e da poesia! Muito bom!
Excelente!
Adorei!
Muito interessante, Franscisco. Um jeito singular de fazer poesia. bj
existe fórmula?
qual?
que margem é mais próxima?
...
você chegou perto
(eu tô longe, ainda).
parabéns!
magnífico e sem borda
Fantástico!
Caros amigos, obrigado pelos comentários recebidos. Entre as apreciações recebidas, recolho uma pergunta de Samuca Santos: – Qual a margem mais próxima? Bela surpresa, para poder ser de novo presa da poesia com que tentei escrever “MARGENS”.
Neste momento já nem uma imagem habita as minhas margens atuais, o poema como veio foi e ficou, está agora nas palavras e tem leitura. Se começar a tentar recuperar a sua memória, talvez ainda traga e tenha história.
Procurar margens para o poema, foi o meu tema. Escrevi quatro, procurando as orientações da Rosa (dos Ventos), das Estações, dos Elementos: Ar, Água, Terra, Fogo, e um “sei lá…” do tamanho da ignorância onde nasce a ânsia de descobrir respostas.
Samuca, a margem mais próxima deve depender do ponto onde nos encontramos em determinado momento. Porque hoje é Sábado, grande abraço e bom fim-de-semana para todos.
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