sexta-feira, 16 de outubro de 2009

LEVADO

Brincar de esconder.

Se me encontras

ganhas um abraço,

um beijo, um amor.

Se te acho,

meu desejo ganha asas.

Brincar de prender.

Se ergues os braços

deponho as armas

e me entrego.

Brincar de adivinhar

e, sem o sentido da visão,

no tato, moldar tua imagem

no olfato, o convite do cheiro

no paladar, o tempero do íntimo

e nos ouvidos,

o que dizem os gemidos

da loucura sã de ti ter

da razão vã

de não brincar de natureza

e não criar, não interferir

e te ferir, por quebrar

por não saber, às vezes,

fazer funcionar

em nós, o eu

em mim, você.

7 comentários:

Heyk disse...

é poema que a regina duarte declamaria na novela pro reginaldo faria. é símbolo de novela, de fora a fora. uma das propostas do poema é apresentar símbolos novos e novas conexões ao leitor, poesia pra criar sinapse cerebral, prazer e inquietude. esse não tá nesse campo.

Ton disse...

Caro Heyk,

Para fazer isso aí que você afirmou: ..." uma das propostas do poema..." há grandes colegas aqui no grupo muito mais gabaritados do que eu.
Geralmente " a minha proposta" é brincar com as palavras e fazer ditos de amor, de paixão. É interessante como as patrulhas sempre desprezam os poemas de amor, tratando-os como coisas menores.
Grato por seu comentário.

Washington

Adriana Godoy disse...

Gostei, Ton. Beijo.

Tião Martins disse...

Tb gostei. Aliás, gosto de poesia e não gosto de falta de educação. Parabéns Ton.

L. Rafael Nolli disse...

Gostei. É simples, porém sinto que é bem honesto. É isso aí, Ton.

Heyk disse...

ô, washington, os poemas de amor são maeiríssimos. gosto e leio pras minhas amadas. só que até o amor tem que ser reinventado na poesia.

vamos trocando. achei mais interessante seu comentário do que os ataques de pelanca que os poetas tem quando são criticados, obrigado pela recepção da crítica.

até

Felipe Costa Marques disse...

Tb Curti! Apaixonado q só, boa ton!