Quase nada é imediato. Cadeira, mãos, agás. Toda essa série de vislumbres. As que não são, por si, objetos, sugam como buracos negros universos memoriais. Bela, descanso, queima, suave... outros: um abismo de infinidade entre duas possibilidades inteiras. Há galhos, rochas e postos de gasolina na queda. Máscaras mortuárias de mitologias caídas na metarmofose do esquecimento e um senhor nosso deus cada vez mais coberto de razão. Ele não pode ser concebido como imagem, uma vez que precede o fenômeno. E o mundo? O mundo precede o homem, que se dispõe a comer as criaturas menores.
O homem é a cria máxima da pior invenção do mundo.
Só um momento, vou ajustar o foco. Não prestei muita atenção, mas fiz a foto. Depois eu vejo.
Tanto requinte é costume antropológico? Faz o teste. Pára pra olhar qualquer coisa na queda do abismo, e não desiste não. Cadeira, mãos, agás. Entende? Fica uns dez minutos. Quando é que o homem vai se livrar dessa dependência pelas próprias obras? O mundo é o alimento primordial dos sentidos. Sem necessidade de linguagens universais, preenche a atmosfera com sua sopa entrópica e abriga todos os olhares.
Pára um pouquinho. Olha com gosto pra qualquer coisa.
6 comentários:
A luzgrafia é uma arte que desvela...
Me apaixonei...
muito bom msmo...
Uma viagem e tanto pelos meandros da palavra. Muito bom de se ler!
Oi Victor,
Bom demais.
Na releitura,foi ficando,impregnando até arder em mim.
Com admiração,
Cris
O convido a ler a Querida Querubim no blog
www.cristinasiqueira.blogspot.com
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