sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fina Moldura

Olha a tarde!
Por mais que eu queira,
não haverá outra maneira
que não seja ser feliz.
Tua boca entre aberta
é o fim da superfície deserta
em que andei até aqui.
Vem!
Me diz o queres
e faz o que bem quiseres
do sol que cai.
Porque ele ainda vai
se encontrar com a lua,
onde assim flutua
no horizonte pintado
em cor de ternura,
e com fina moldura
a cercar tua doçura.
O perfeito se avizinha
com a tua pele
junto da minha.
Minhas mãos sem calos
a dançar em tuas costas,
e minhas propostas
nos doces resvalos
de tuas respostas.
A tarde vai
como que numa redoma
e a noite vem
e traz teu aroma.

Anderson Julio Lobone

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