segunda-feira, 14 de setembro de 2009

crime perfeito

você aqui
podia rolar um show
risadas do chopp
rodadas de eufaria
podia pó & cia
nudez ambi-ente
blues na poesia
podia agente
[e a gente, podia]

podia, no ar, impuro sexo
incesto de sândalo
incenso de escândalo
teu cheiro, meu sumo
sem senso
nem documento
sem bom lenço

sol podia chover a cântaros
lua, a pino, curtir um bronze
podia a era que fosse
que desse na calha
que viesse a telhar
podia, até, parodiar vandré
“quem pode faz agora
não espera a noite ser”

podia um deserto no rush
podia um mu(n)do diserto
podia, so much
impulso na causa
pausa & feito
um ci[cl]o completo

hamor com umor, podia tanto
na ora herrada, na hexata ora
de hir hembora
- tua partida [hora bolas!]
contém o erro
da re-visão
que não contenho -

podia nem tudo
não tão
e nada disso
:
podia você comigo
- armados de nós -
cometendo um saudadecídio

[sem vestes & vestígios]


valéria tarelho

3 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

"Saudadecídio"
- crime perfeito!

Adorei, Valéria!
Um beijo.

TON disse...

Os versos soam com vestígios, pistas e marcas de um "crime" não cometido.

Gostei muito!

Ton

Barone disse...

Muito bom Valéria!!