A saudade que sinto de ti
é como torneira pingando,
não me deixa dormir à noite.
Noite quente
sem frescor,
noite fria
que não tem calor.
É como manhã de segunda,
não quero acordar.
Noite de sexta,
me recuso a dormir.
É como sexo
sem afeto,
tesão
sem vazão.
É como um beijo dado na boca
de quem não se ama mais.
É um telefone mudo.
É uma bala perdida
que partiu de teus olhos
e estilhaçou meu coração.
Mas minhas lembranças
misturam-se aos goles
que bebo,
mas não devo.
Amanhã,
que já é hoje,
embora madrugada,
me imprime outra realidade.
Sirvo outra dose.
Não bebo,
mas devo.
E busco.
Busco entre goles e lembranças
os caminhos da coragem disfarçada
na força de quem se assume fraco,
para dizer da falta,
do desejo,
puro,
de confessar:
- Eu preciso de você.
TON
4 comentários:
ton
em tom
romântico
Ops!
Cheguei aqui via blogues amigos. Li e senti um texto forte, intenso de um homem que aqui, está nu. E a Saudade é phoda mesmo, e o teu texto é phodástico!
Putz!
Corro léguas da saudade. Aqui ali eu até consigo. Vou sendo e exercitando o desapego de tudo que emperra meu viver em fluxo, adiante, na correnteza que vai me levando e levando restos de amor e dor...
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Saudade é tudo isto que lindamente disseste e eu diria talvez seja mais que todo tanto que está ai em teu texto.
Porque o amor e o orgasmo parecem, em seu sentir em intensidade, um exercício de morrer porque nada contem e é o desgoverno absoluto.
Amar é isto que não cabe em si é alopradamente desgovernado e quando chega nem o mais poderoso de todos os homens na face da terra se governa ou tem poder de controlar. Amar é loucura e a saudade é a vontade de poder controlar. Saudade também é loucura porque loucura é o que escapa ao poder e ao controle e um amor depois que vai, e o outro que fica não quer deixá-lo ir, livre, ele empaca em não ir e a saudade vem...
Sei lá que nos dá em não querer deixar que ele siga seu fluxo...
Sei lá, eu sei que essa p##rr@ dói bagaray, sabe?
teu texto é Romanticamente phodástico e phodasticamente romântico. E ora direi que se a amada musa ler, cairá de quatro, catando cavaco.
Eita! Mas ai não rolaria mais, né? Porque o amor (ainda tem essa), é masoquista que só vendo e a saudade é sádica. Ambos nos acorrentam e nós os somos servís.
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Arriégua! deixa que eu em meu exercício de não ser nada e de ir sendo tudo, siga me desapegando de tudo, ideias, coisas, e amando de um jeito que - livre - não sentirei saudades.
Porque a liberdade é o espaço que a felicidade precisa e não há possibilidade de posse no amor. Ele não é meu ou de um outro qualquer, o amor está em nós, quando nos amamos.Sei lá... teu poema está tão no tom, ton, que me fez borbulhar em meio tom e no tom dos meus sentires...
Abraços,
Desculpe, isto não é um comentário e, creia, não sou sempre assim desmesurada, tá?
Perdone-me a culpa foi sua.
E se fores recatado desculpa a linguagem mas põe um roupão porque o eu-lírico do texto ou mesmo se for um contexto, estão nús, o eu e o lírico e todos os humanos que amam e sentem saudade.
prazer em ler teu texto.
Belíssimo!
Uau!
Gostei!
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