(enquanto o quando
é dizer)
:
exprime a voz
em quase infâmia
quando a boca
in-farta de dentes
                      (na insânia da hora escura)
erige um bico
curvo (: o corvo)
                      e imprime sua amargura.
eis então a con-
fissão
(poderia dizer a contratura)
                      : não há como verter
                      vogais em sonora paz
neste imponderado campo
de combate
(como povoar simetricamente
o papel?)
você re-citaria um inevitável
soneto repleto de banalidades
não fosse o tempo
um relógio de ponteiros perplexos
eis aqui as palavras
em raiva rabiscadas
pelas mãos em garras
                                  (perfurando a folha)
: o verso crocita
a crise
e agora erige dentes
ao corvo
(a outra possibilidade: fechar o bico
enquanto o quando
é emudecer.).
12 comentários:
Há outras possibilidades, mas às vezes é melhor emudecer.
Olha, imponderado seu poema, mas que delicia Bj.
Grande, Silvio!
Como é grandeza a sua obra!
Sobre o CHOPPS BENNYANOS, está normal postar comentário nele, sem problemas.
Abraços!
Memorável, Sidnei!
Gosto quando o poema
duvida até
de si...
Um abraço
e obrigada pelas assíduas visitas
ao meu doce de lira.
Gostei Silvio.
Perfeito em sua proposta!
Eu também gostei, Sidnei!
Cheio de fissuras e perplexidades este comentário deveria prolongar-se até ganhar dentes sem abrir o bico, emudecendo; assim o deixo, reconhecendo a ação para lá simbólico de um ícone a bulir, mais um voo do corvo! Um abraço
Com ou sem letra inverossímil, o poema é riquíssimo em palavras, sons e sentidos.
Muito bom, Sidney.
Parabéns!
Beijo :)
H.F.
Valeu pessoas! Como é gratificante participar de um espaço com grandes poetas e amigos. Abraços.
Super Interessante o texto!
Abraços, Sidnei
Eu gostei muito!!
Sensacional, engenhoso! Memorável!
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