Em cada quina
há um espinho
E elas desviam de todos eles
De unhas tímidas
nascem seus dedos
e desejos
Experimentam-se
em outros corpos
por onde mordem a carne
Arrancam com os dentes
o que guardam
para comer mais tarde
Há sempre uma noite
em que passamos fome.
Julia Duarte.
4 comentários:
lindo e intenso!
adoro essa temática... a compulsão córnea...
parabéns, júlia!
Os últimos versos arrematam o poema de uma forma intensa. Gostei.
"Há sempre uma noite
em que passamos fome".
Esses versos me pegaram de jeito.
Belo poema com fechamento fantástico, habita o ser do leitor.
Parabéns, Júlia!
H.F.
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