quarta-feira, 8 de julho de 2009

Musa à luz da lua e dos meus olhos

Parado, entre a cama e a janela de nosso quarto
Silenciosamente, olho você inteiramente nua
Olho, enquanto você dorme em sono brando.

Olho sua nudez
Como se todos estes anos fossem apenas minutos diante de nós dois
Como se nunca tivesse te visto nua
Olho, com o mesmo fascínio da primeira vez
Uma emoção descoberta, inteiramente minha.

Imagino, revivo, redivivo
Em êxtase, continuo a olhar
Enquanto a luz da lua causa ciúmes em mim
Ah!, luz da lua, privilegiada luz a tocá-la.

Olho você toda nua
E sua pele negra brilha como brilha seu sorriso
Olho sua nudez, reaprendo tudo de novo
Redescubro sensações adormecidas.

Olho sua nudez e não me canso de olhar
Olho sua nudez e não me canso de esperar
Bem-vinda sorte de amanhecer
Daqui a pouco serei engolido com seu bom dia.

Olho sua nudez
Enquanto minhas mãos esperam a delícia de percorrer teu corpo
Ah!, amada, a luz da lua ilumina menos do que tudo que vejo e sinto.

Olho sua nudez, enquanto a luz da lua sente alguma inveja de mim
A luz da lua não pode percorrer teu corpo como eu percorro
Lençóis permanecem suados, no frio da madrugada itabirana.

2 comentários:

Sidnei Olivio disse...

E viva o lirismo! Fundamental nesse mundo de massificação. Belo poema, Cleber. Abraço.

BAR DO BARDO disse...

Para de olhar e manda bronca!