O botão laranja foi pressionado pelo meu polegar: desço na próxima parada.
Pois veio-me, manso, um bruxismo habitual. O mundo sensível foi ignorado pra que eu enxergasse os olhos sérios dela, que raramente me encaram. Olhos mornos e esquivos, precisos quando desejam ser fatais. O segredo de seu poder era o mistério; as pálpebras, quais véus orientais, não desnudavam aquele azul hachurado de preto, com manchas amarelas. Eram cílios castos, muito pudicos.
Perdi o ponto. O laranja foi novamente pressionado - ô vida:
Distraír-se é concentrar-se na coisa errada.
8 comentários:
[Dis]trair-se é concentrar-se na coisa errada.
Gostei, Victor!
E sempre há uma próxima parada! Gostei, sobretudo da passagem sobre o "mistério"...! Muiti bom, meu camarada!
E sempre há uma próxima parada! Gostei, sobretudo da passagem sobre o "mistério"...! Muiti bom, meu camarada!
Muito boa essa prosa poética. E um verso remate incrível. Abraço.
Belo "flash" da ausência preenchida.
Muito bom...gostei muito dessa prosa.
Cara, foi mais do que muito bom. Pra mim, foi genial. A poesia na prosa do Victor é deslumbrante. E a frase final? Um achado. Raridade.
Me atingiu como livro em meio de página, daqueles discursos que devem morrer em um só fôlego.
Tenso! Foda!
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