Não quero ser poeta de papel
Quero ser poeta de grão
Poeta de colheita
Poeta de mãos enterradas
Que plantam
No seu ventre de mulher
O adubo da terra natal.
Quero ser poesia na sua vida
Poesia saltando pros seus olhos
Poesia feita de café
Poesia moída na sua mesa
Na sua coxa
Na sua cozinha.
Vidinhaminha
Purifica meus grãos
Separa aqueles que maus
Moí-me
Ama-me
Aroma-me.
Põe-me na saca
Coa-me
Ecoa-me
No bule.
Verta-me
Engula-me
Converta-me
Na sua goela.
De noite
Sêmen
De manhã
Café.
Dentro de ti
Semente
Que é a fé
De que foi plantado
Na gente
O futuro do amor.
21 comentários:
Que senhor poema, genial!
Muito belo seus poema, Tenório. Parabéns.
Maravilhoso poema, Tenório! "Café que é a fé" é genial. Parabéns!
Concordo com a turma toda aí em cima: um poema e tanto. Bom de ler e reler. Abraço!
Tenório cheio das ênclises da melhor qualidade!
abraço!
Já conhecia o poema mas repito aqui:
Maravilhoso!
Belíssimo jogo com as palavras, de sonoridade próxima, muito bom.
Sérgio
Muito bom!
Que poema inventivo, repleto de imagens, erótico, romântico. demais!
Lirismo, rimas instigantes, criatividade, simplicidade. Muito bom, poeta!
Muito bonito esse poema de um amor de café, do dia a dia, ali na cozinha... Parabéns, poeta.
Que poema intenso e bem humorado! Gostei!
Belo poema!
Uau, achei extremamente erótico! Muito bom.
Sensual, sem perder a delicadeza. Belo poema!
Poema de carne e osso. E algo mais...
Concordo com o bardo acima. Poema palpável, palatável.
Belíssimo!
Poema inventivo, repleto de amor, delicado, cheio de aromas.
que poema visceral!!
Maravilhoso, Poeta dos Grãos de Inspiração !
abraço
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