Ao sono dos imortais
Agora me encontro entre estranhos objetos
e sonhos reclusos em facetas da vida.
A passarela se torna mais imensa
e eu, ainda mais vulnerável.
Busco explicações, preciosas respostas
para as indefinições que a vida traz.
E, a noite vem tranqüila,
embora fria e chuvosa;
Durmo um sono leve, constante.
O silêncio me hipnotiza,
as paredes se encolhem, se comprimem;
Gritando mais alto
que os soluços de minh’alma.
Clamam a saudade
do inexistente, do abstrato.
Amo a solidão emanada
das paredes frias e úmidas.
Amo cada centímetro cúbico
de lágrimas que o coração derrama.
Sou templo da saudade imaginária,
sou complemento da saudade transitória.
Defino-me na insistência da memória
que deixa vestígios para se construir
nova história.
Sangro-me e sagro-me à existência
que nos cálices de vinho se derrama
e, me derramo em opulência.
Devoro a carne, o cerne
e, como verme,
estraçalho as respostas
que o mundo me revela.
Acendo uma vela às almas
e durmo o último sono
dos imortais!
3 comentários:
Sim, os imortais dedicam bastante tempo ao sono...
e que eles descansem em paz....bonito o seu poema.
Muito bom, Flávio!
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