ferrari/ cenas de infância
o que vou deixar para meus filhos?
há mães que deixam fotos organizadas em álbuns.
há mães que deixam uma conta na poupança para o futuro deles.
há mães que dão exemplo de uma vida serena e comportada.
o que vou deixar para os meus filhos?
algumas fotos coladas sem ordem , alguns cedês,
algumas histórias esquisitas, tristes ou engraçadas,
alguns livros que provavelmente não vão ler,
uma infância linda em um tempo de quintais,
alguma tristeza de não os ter amado como precisavam.
o que vou deixar para meus filhos?
um olhar que está nos olhos deles,
um jeito tímido de sorrir,
uma foto minha na parede,
e a certeza de que são a melhor coisa que deixei.
17 comentários:
Conhecia o poema do seu blog e já o adorava! Bela escolha, Adriana!
Belo poema-declaração
a escrita é uma herança.
No casso, o sujeito poético (aprendi com o Henrique:=) deixa a imagem da mãe suficientemente boa. Aquela humana, não idealizada. A mãe capaz de suportar-se falha e, por isso, libertadora. Os filhos precisam de mães com esse perfil pra poderem, pelo contraponto juvenil, construírem suas identidades. Isso mesmo Adriana,
deixe tudo menos "exemplos". Este seu já é O exemplo. Adorei isso.
Pra pregar na parede.
Que coisa mais linda, colega! Muito tocante! Contém uma simplicidade, sem perder o refinamento. Parabéns!
Repito o Tenório. Parabéns.
eu já tinha lido esse poema mas bis de coisa boa nunca é demais!
beijos pra ti, drika.
Anita
Belíssimo!
O questionamento e seu registro, a preocupação e o olhar materno sobre o que deixar, já não precisa mais nada.
A prova do questionamento é o amor que eles trazem em si e ninguém tira.
Amei!
Beijos
Mirse
Eu já havia lido. O mais estranho é que pude sentir a sensação materna e acolhedora, de quando li pela primeira vez. Lindo Texto Adriana.
beijo.
Já havia lido esta maravilha antes, vale sempre a re-lembrança ou a releitura,sem retoques, emocionante mesmo, abraço.
Lindíssimo!
Parabéns!
Esse é aquele poema que, sempre que leio (e já li e reli algumas vezes) me faz ficar com aquela ponta de dúvida, sobre o valor das coisas que já fiz, e um pouco de esperança de que ainda dará tempo de acertar.
Muito, muito lindo (com uma gota de lágrima engasgada, teimando em cair rosto abaixo). bjs, poeta maisquequerida.
oi,adriana!
que simples!...que simplicidade!
..que simplório!...a pequena grande fortuna taí! ao alcance de todos!
tapete vermelho...para você...e seu poema.
bj
taniamariza
Que bom receber os comentários de vocês. Obrigada mesmo. Um beijo.
Os olhares... e tudo o mais, pelos ares.
Eu me senti dentro da mesma emoção tua nos versos e indagações.
Adriana,
esse poema é um primor. Uma reflexão que deve, continuamente, ser realizada.
Ainda não sei bem o que deixarei para os meus filhos, mas certamente virá acompanhado de amor.
Um beijo,
M.C.
"um olhar que está nos olhos deles,
"
OLá Adriana,
tu vai deixar uma linda história e, se conseguir, deixar eles com essa certeza, de que são teu maior legado, terá deixado muito.
abraço a ti.
daufen bach.
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