quarta-feira, 1 de abril de 2009

No limo da linguagem


Sim o desacerto é a extensão do meu peito e eu procuro-te
no limo da linguagem
tão fria
tão imersa

É nesta música que cego movendo-me uma réstia
para depois me levar a migração
à flor do fosso
onde tudo recomeça

Estás a ouvir-me
numa dissoluta vontade eu sou a secura
eu estou na tarde da rosa-dos-ventos
eu sou um enlouquecido movimento
encontrarei o sal das amoras os meus dedos atrás da morte
na imperceptível morte de agora.



mariagomes
24.Nov.2006

6 comentários:

Barone disse...

Maravilhosa Maria Gomes.

Adriana Godoy disse...

"encontrarei o sal das amoras os meus dedos atrás da morte
na imperceptível morte de agora."
Um acerto e um encanto de versos.Belo poema.

Benny Franklin disse...

A poesia, agredece!

Francisco Coimbra disse...

“No limo da linguagem” algo imperceptível… dado para ser… deixado. Parabéns!

BAR DO BARDO disse...

só mesmo o silêncio...

Beatriz disse...

Eu comentei e sumiu
Aqui e no Barone

Maria,

Seca pelo vento da rosa, a vontade dissoluta migra por trás da morte. Gostei das amoras com sal