Hoje é dia da Feira do Bueiro das farinhas brancas e frescas ao lado dos caldos e dos galos das galinhas no calor das rinhas dos casais que andam sob o sol ela na frente enquanto ele me segue rindo da trouxa na minha cabeça e do menino carregado nas ancas e pernas de um tempo lânguido com poeira no vento e cheiro de sertão e gosto de vida da sua pele negra doce amarga boca que se abre e beija sem deixar tudo semeado prenhe de alegria e preguiça que sigo molenga na tarde dessa cama de folhas de hortelã depois mais um carinho e o toque roça e eriça a luz de uma lua que se esvazia obediente ao ritmo dos ciclos meus pedidos de benção aos dias presentes e futuros presos nos telhados e vielas dessa cidade aberta na veias da certeza do meu amor jogado nas cordas da viola cantando pagão e salvador de minha sina virada fulô
7 comentários:
Hoje é dia de seu poema dia e encontro a meia noite e 17 um texto que aguça os sentidos e que desperta cores e músicas. Gostei, vou ler de novo. Beijo.
Lindo texto. Parece um filme, um divagar sertanês... Dá até pra ver que na mão do menino carregado nas ancas tem uma frutinha de umbu pra refrescá o calô.
Num sisqueci di comprá óleo pra lamparina, cumadi !!
Vou ser obrigado a colocar um CD do Elomar.
Beijo, Compulsão !!
Escrita surpreendentemente lírica na fluidez da falta de pontuação e no passeio pelos corredores da feira que poderia ser qualquer feira em qualquer cidade do país.
Poesia pura destilada em prosa.
ufa !..num fôlego só, resfólego um suspiro quase sólido de tão belo...
são as cordas que acordaram a fulô
as matizes são infinitas...
Poeticidade infinita... Boa, Beatriz!
que isso!!!!? adorei o superperíodo! muito ritmo!!!!É meio "língua", do caetano! muito bom!
bj
ah q bom q a moça posta por aqui
gostei bastante!
bjs do superfâm!
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