quarta-feira, 18 de março de 2009

Brecha

O último verso da terceira estrofe é uma coincidência. Essa poesia foi escrita em março do ano passado, antes da existência aqui do blog. Toda coincidência deve ser denunciada.

Atento para as palavras de um clássico nascente enquanto os prédios velejam de meu assento estático. Súbito me surgem em séquito sequelas duma poesia-brecha.

Salto e me deparo com o simpático semáforo a me saudar e, num impulso, o subjugo: Quem foi o profeta que cinzelou essa tal São Paulo cinza?

O bafo do asfalto no começo de um sol velho
cria um dia contado;
a brecha no livro do exército léxico
atento aos acentos que velejam nesse meu poema-dia, vislumbra:

Não: São Paulo é toda cor, em troca de seu céu e seu passado.

No tempo, o progresso se diagrama em paicas.

4 comentários:

Adriana Godoy disse...

A cidade e as palavras escritas num jogo de cor e som muito bonito.
"O bafo do asfalto no começo de um sol velho" gostei especialmente desse verso.
Abraço.

L. Rafael Nolli disse...

Muito bacana. Um belo retrato!

Beatriz disse...

Victor, assim vc me emociona. Encontrar uma poesia-brecha pra falar da São Paulo cinza sublimado das cores da paixão de um fazer frenético que, no tempo, se diagrama em fragemntos mpinimos. Grafou Saõ Paulo, achou a vela do poema-dia e chegou até aqui pra me fazer lembrar de mim

Barone disse...

Gostei Victor !