quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Maresia

O mar invade minhas areias
Com violências contidas
Com toques bravios e firmes
Formando em mim pequenas ilhas e restingas

O mar penetra nas minhas conchas
E marulha no meu ouvido
sussurros de palavras amenas
construídas de sal e arrepios

O mar desenha no meu corpo
- nas suas idas e vindas -
umas figuras de espuma
destraçadas, descoloridas

E desdenha das minhas tormentas
E se ri dos meus naufrágios.

E mesmo tatuando a minha pele de alga
com arroubos e despudor...

escapo das suas ondas,
do seu gosto de peixe
e do seu cheiro bom de maresia.

Mas enquanto desvendo seus mistérios
E me desfaço dos meus medos,
Ele se mostra nos meus espelhos,
me contando seus segredos.

7 comentários:

nina rizzi disse...

lindo. eu sou com o mar. com o mar...

Daniel Braga disse...

Parabéns pelo belo poema!

cisc o z appa disse...

demais!
é um deambular...
ao mesmo tempo
intercambiar com o mar
...
in/mar/cessível!
...

Adriana Riess Karnal disse...

~~~~~~

Barone disse...

Sensual.

Beatriz disse...

Maravilhosa metáfora. Maresia que traz o cheiro do desejo do mar e que que, como todo ímpeto, corrói, desgasta e dá prazer.
Lindo demais

flaviooffer disse...

Gosto do rítmo deste mar e dos embalos que me fazem dormir um sono tranquilo!!!

Belo Poema!!!