Confesso que ainda tropeço nas novas regras, que torço o nariz para elas, que considero uma mudança que não vai alterar em nada o quadro atual da escrita, que vai piorar a leitura (pausa para a gagueira na hora de decifrar um para, polo, pela...) que já anda mal das pernas.
Confesso que amava o "microondas" a ponto de não viver mais sem ele, adorava dar meus "vôos" solos, soltos [e de chapéu] e sentir a atração que os "pêlos" exerciam sobre mim (ai, aquele "ê" tinha um quê de enlouquecer!).
Suprimir o acento da jiboia até entendo. A feiura, sem aquela cicatriz no u, parece menos feia. Mas a ideia de não ter mais nenhuma "idéia", meu VOLP do céu, é de chorar! Ou rir, fazendo uso do velho - e oficial - kkk.
E como tudo vira poesia, seguem dois poemas sobre o tema: um meu, outro de Sebastião Martins, um cara cheio de boasidéias ideias.
imagem © Piccolo Mondo
à luz de velas
[ valéria tarelho ]
a princípio
eram agudas
e abertas
minhas acentuadas
"idéias"
hoje a língua
(tua & minha)
não me dá
a mínima
participo
do conceito
[tísico]
de uma ideia oca
sem chance
de correr
o risco
aquela "idéia"
acesa na boca
tatuada no tímpano
é lâmpada
velha
Nova ideia
[Sebastião Martins]
nasce uma nova ideia
sem acento
talvez fosse
o que faltasse
ou o que sobrasse
para a perfeição
e o perfeito
entendimento.
Confesso que amava o "microondas" a ponto de não viver mais sem ele, adorava dar meus "vôos" solos, soltos [e de chapéu] e sentir a atração que os "pêlos" exerciam sobre mim (ai, aquele "ê" tinha um quê de enlouquecer!).
Suprimir o acento da jiboia até entendo. A feiura, sem aquela cicatriz no u, parece menos feia. Mas a ideia de não ter mais nenhuma "idéia", meu VOLP do céu, é de chorar! Ou rir, fazendo uso do velho - e oficial - kkk.
E como tudo vira poesia, seguem dois poemas sobre o tema: um meu, outro de Sebastião Martins, um cara cheio de boas
imagem © Piccolo Mondo
à luz de velas
[ valéria tarelho ]
a princípio
eram agudas
e abertas
minhas acentuadas
"idéias"
hoje a língua
(tua & minha)
não me dá
a mínima
participo
do conceito
[tísico]
de uma ideia oca
sem chance
de correr
o risco
aquela "idéia"
acesa na boca
tatuada no tímpano
é lâmpada
velha
Nova ideia
[Sebastião Martins]
nasce uma nova ideia
sem acento
talvez fosse
o que faltasse
ou o que sobrasse
para a perfeição
e o perfeito
entendimento.
20 comentários:
queridos, desejo a todos um excelente 2000 e Love, 2000 inove, doiSMILEnove, ou seja: um ano de amor, criatividade, alegrias...
desculpem a ausência, tirei férias da leitura e escrita em geral, mas voltei ao "batente", disposta a correr atrás do prejuízo.
beijos gerais!
Muitos bons ambos os textos, e mais ainda a overture.
Val, conversamos sobre isso outro dia, e confesso que ainda sou um romântico fora-da-lei.
Não estou dando muita bola para essa reforma. Em tempos de crise, prefiro prosseguir econômico. Tô com a maior preguiça para novas regras.
Quanto ao teu texto e poema, coisa genial, né?
O Tião está entre minhas leituras eventuais também. Figura inspiradíssima.
Beijos nocês é uma boa "idéia".
Val, prova inconteste que não há tema próprio à poesia, há, sim, uma voz própria, e a sua tem todo um timbre maravilhoso!
Grande beijo e arte neste ano
Primeiramente parabenizar este espaço, estou diariamente acompanhando as postagens aqui, embora nem sempre comento.
Interessante análise da nossa nova ortografia.
Eu confesso que vou demorar e mudar minha forma de escrever...
Aliás, aproveito o espaço para divulgar meu blog de poesias(novo em folha) : http://infernolirico.blogspot.com
Abraços a todos do Poemadia !
valeu val!
obrigado pela oportunidade de juntar nossas ideias.
elas perderam o acento mas não foram ao vento, rs.
obrigado rogerio. vc também está entre as minhas leituras, além de ser o único torcedor da lusa que eu conheço! :)
beijos
Valéria
Continuo gostando de tudo
Principalmente dessa idéia - ideia
Um grande abraço
bittarpoeta
Ótima idéia !
pelo contrário, ouriçou-me os pêlos !...Já sou velho e dos velhos serei...Poucas chances de mudar de idéia !...Erro e assumo até o fim...fazer o quê ?...rsrs...ou kkk, como queiram !
De prima:
Val!! Nossa... sou péssimo de comentário... com vergonha e sem a mínima manha para a crítica literária... mas adoro isso tudo aqui... e tu sempre me traz pela mão aos teus... especialmente
bj!
Boa, chará. Estou conhecendo o blog e adorando. Voltarei mais vezes.
Excelente, VALÉRIA! Texto e poesia! Adorei a crítica. Uma curiosidade (pessoal) sobre a nova ortografia: Meu filho, além de demorar no banheiro, passa o dia inteiro no Orkut e, atualizadamente, me perguntou como seriam as novas grafias de 'blz, kct, putz, tc e huhahahahah'. Eu falei pra ele: hein?!!!
Gostei do aproveitamento do espaço - um texto inteligente e interessante, seguido de dois poemas referentes! Muito bacana! Confesso que venho tendo as minhas reflexões sobre essas mudanças - sou professor de língua portuguesa e isso vem mudando bastante o meu cotidiano. Creio que será pra melhor, é o que eu espero! Abraços!
Concordo com tudo que disse e assino embaixo... opa! Ainda é EMBAIXO? Não quero nem saber...
Essa reforma ortográfica é como a pessoa amada (e a palavra o é) que muda e a gente, por amor, precisa entender o que acontece e como lidar com isso.
por uma pausa
de mil aliterações...
por todas as brincriações...
e
pela liberdade
de produzir
idéias...
evoé!
Tua inspiração não foge á luta.
Como não falar da língua, da letra num blog de poesia?
melhor saber dizer como vc.
parabéns ao poeta que vc trouxe.
Gostei muito deste poema!
Muito bom Valéria.
Concisão matemáticas sem palavras...
só congratulações a todos e a língua portuguesa, espanhola, "americana", russa e principalmente aquelas orientais....
Valery, tu és demais!
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