"Que este amor só me veja de partida."
Hilda Hilst,
Não quero te conhecer e me esquecer.
Cativa,
me desmembrar no tombo.
Levantar de novo
e grudar os pedaços
da metamorfose in-sentida.
Não posso perder meu pranto rouco
entre o quente louco, a jura
e o carinho pouco.
entre a súplica doída e dura
e o ouvido mouco.
Não posso te seduzir se já fecundada.
E depois de rasgada a seda,
me recompor casta
e dobrar a roupa rota
guardá-la
entre o laço e a renda
enfiada, escondida, fechada.
Não posso ratear minhas horas ao telefone,
só para ouvir sua voz,
trocadilho febril de fogo e toque.
Veneno que sai do ouvido, me marca,
me desfragmenta e morre.
Nem procurar a mensagem fugidia
para reviver suas letras ritmadas.
Nem me revolver com minhas dúvidas:
te quero
não te quero,
para que te querer?
Te quero...
Que este amor só me veja de partida.
Foi bom,
mas me traspassou o mundo
naquele milésimo infinito de segundo.
10 comentários:
Essa reverência à Hilda Hilst é bem merecida.Belo poema.
Foi uma biblioteca que ardeu esperançosa.
Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO
Tic-tac te quero-não te quero. mal-me-quer....a ambigüidade amorosa no tempo do verso
cara amiga,
poema lindissimo. e nunca esperaria menos!
versos primorosos. nao tenho muito a dizer. apenas reler e reler.
o
mundo
de
todo
mundo
muda
e
mudo
o
mundo
de
todo
mundo
cala
se
fala
sem
abrir
a
bendita
boca
emboca
no
mudo
de
toda
fala
Beleza, beleza. Vamos navegando.
Id que me deixa
mais Felizpe,
Rs! hehe! KKK!
Congratulações!
ass: FÊ CONGRO
Marlboro!!!!!!! - M a R L ------
Marlboro
Essa estrofe final é um achado, num poema todo belo. Gostei muito, Daisy.
Versos de prima!
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