sábado, 19 de janeiro de 2013

Talvez!


Talvez!

Talvez não percebas meu silêncio
nem escutes meus gritos ao longe
em áridos desertos no coração da África

Talvez de teu pão não me sobre migalhas
e, tu não percebas minha ausência

Talvez o meu corpo raquítico
não faça diferença
nem tenha semelhança
com teu rosto indiferente

Talvez a fome chupe nossos ossos
na mesma solidão e incertezas

Talvez sejamos espelhos
onde o que se vê
é apenas o reflexo do egoísmo

Talvez sejamos o próprio egoísmo
refletidos nos olhos calmos
de almas desumanas que pregam
(e, apenas pregam)
a igualdade entre os povos

Talvez sejamos juntos
explorador e explorado
num gladiar certeiro ante a morte.

Um comentário:

Anônimo disse...

interessante. Usei este testo para identificar verbos e orações, obrigado pela disposição deste poema crítico.