1
Com
super bonder®
por
de pé o esqueleto da ave:
ofício
repleto de ócio –
horas
sobre ossos ocos
roídos
por secreta mágoa
(o
ar e o uso)
Silêncio
do bico desgastado pelo canto
O
formol roubou o brilho das penas.
Largo
gesto de asas, premeditado.
O
olho olha a parede e não vê.
Mente
quem diz: parece vivo.
2
Palavra
por palavra
para
por de pé o poema:
bateia
roendo o leito do rio
(o
anel & o piercing
–
de amores extintos –
resgatados
para brilharem
–
again and again –
sobre
uma luz cada vez mais fraca)
Palavra
por palavra
para
por de pé o poema:
broca
em busca da cárie
3
Nada
de novo no front
as
palavras de sempre
sobre
nova maquiagem
como
mulher de revista pornô
:
punheta para photoshop
Nada
de novo no front
o
poeta se gabando por
descobrir
terra já cartografada
habitada
por centenas
milhares
de babacas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário