sábado, 19 de maio de 2012

Renúncia

Destituo-me de qualquer título,
entrego-te a pena para que faças dela o que quiseres,
não sou o que imaginas, tampouco o que desejas,
sou apenas um aluado devaneando sonhos!

Renego qualquer herança,
os rabiscos nos muros são mais sinceros,
mais honestos, mais poéticos. 
Estas palavras, aqui rabiscadas, nada valem.
Servem apenas de muleta onde escoro meu corpo fatigado
tentando equilibrar-me sobre as pernas que já não andam!

Meu rótulo é a cortina cerrada,
é o final da cena, o aniquilamento no escuro das coisas!



*** Poema do livro Itinerário Fragmentado (Quártica Premium, 2009)

Um comentário:

Quintal de Om disse...

Abro mão dos meus tesouros falsos, respingados de latão, meu reluzir inerte, de vida e consequências.

Intenso, Flávio.

Adorei.

Um beijo,
Sam.