sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

canção de despedida II

o jantar estava posto
a mesa enfeitada


em silêncio invadiu o quarto
com a pressa dos desesperados
arrumou poucas peças na mala


não deixou um bilhete
como fazem os suicidas
não deixou pistas
como fazem os assassinos


ficou o vazio
um poema por escrever
uma canção de despedida
que não se cantará

cortou com navalha o fio de vida que restava.



Flávio Machado

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