Num dia qualquer de sol, nuvem, neblina;
Num lugar qualquer Londres, Paris, Tokio, Jundiaí;
Tanto faz...
Soldadinhos marchavam para o abismo.
Entre eles havia um palhacinho triste
que desobedecia as ordens e sempre matinha
um sorriso enigmático.
Todos o amavam, odiavam, perdoavam, julgavam louco,
enfim, invejavam.
Na verdade, a única diferença entre o palhacinho
e os soldadinhos era que ele vira o abismo de frente.
Os soldadinhos, por sua vez, tremiam
com a idéia do grande encontro com o mistério.
Sempre gostavam de imaginar que haveriam
pontes inesperadas que levariam
não ao vácuo do não-chão,
mas às desconhecidas terras paradisíacas
onde seriam recompensados por seus
tormentos de gado.
3 comentários:
Genial!
Parabéns, poeta, pela imagem, digna de reflexão.
É amigos, obrigado. Mas parece que não tem muita gente interessada nessa reflexão. Talvez os palhacinhos tristes sejam mesmo uma raridade!
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