domingo, 18 de setembro de 2011

Vida Velada

Quando atravessastes a porta,
minha poesia quase morta
num suspiro improvável
me trouxe à tona.
E diante da imagem
assim quase divina,
perguntei-lhe em surdina:
Onde estavas até agora?

E minha alma de poeta,
Voraz…tão louca
congelou diante da tua boca
de sorriso lindo…
de palavras finas…
e de gemidos ainda não meus.

Num espaço de tempo
que jurei ser infindo,
esperei por tua sombra…
indo, vindo e insistindo
no meu erro sem fim…
E perguntava:
Como podes estar tanto tempo
distante de mim?

E quando agora,
essa mesma boca
diz que minha alma
nunca reparou na sua,
eu grito olhando para a lua:
Como nunca percebestes?

Nas nossas noites sem fim…
Nos nossos dias de sol…
Na nossa vida velada…
Só me importa o querer…
Mais nada.

2 comentários:

João Luis Calliari Poesias disse...

Lobone, não sei sobre as outras pessoas, mas quando leio isso sinto-me como se estivesse numa espécie de céu. Abraço, João Luis

Francisco Coimbra disse...

A palavra que chega para se despir - em nós... Abç