domingo, 7 de agosto de 2011

"Último desejo" - Noel Rosa #6



















"Último desejo"


Amor inesquecível, que me esquece...
Amor é tão nocivo, um exagero,
desejo, o meu inferno, desespero
num tempo sempiterno, que não cesse,

de ter o seu tempero de quermesse,
de junho, São João, não mais espero.
Daí desembestar-me pelo vero
na festa da paróquia que parece

pagã... Eu confessei, mui pudicício,
provando o seu cuscuz delicioso,
o ofício de lhe amar bem mais que a mim.

Você destemperou e veio o vício
do sal e do silêncio sequioso,
por isso que o meu lar é um botequim.

*** Dialogando com o samba "Último desejo", de Noel Rosa.
*** Caricatura de Noel feita pelo artista Tonho Oliveira.
*** Mais Noel Rosa no blogue Bar do Bardo.

14 comentários:

João Luis Calliari Poesias disse...

Tem preço(o amor).Beleza, Henrique!

Art'palavra disse...

...esse gosto de sal quee vem da tua poesia faz o meu silêncio prosador nesta manhã de domingo.Gostei do seu poetar.-E viva o Noel!

Anônimo disse...

Calliari,

paguemos, pois!
Um abraço!

Anônimo disse...

Graça Graúna,

o mérito é tão somente do poeta da Vila.
Bom domingo!
Felicidades!!!

Adriana Godoy disse...

Pimenta, gostei do "nosso amor que não esqueço" em sua voz. Diálogo que Noeliria aprovar. Beijo

BAR DO BARDO disse...

Hehehe... É isso, Adriana, tomara que a minha conversinha proseie com os leitores.
Beijo!

Domingos da Mota disse...

Um belo
soneto com sal
... de pimenta

BAR DO BARDO disse...

Sal de pimenta, puxa!, que tempero seria!...

Um abraço, Domingos!

Francisco Coimbra disse...

O bom e contraditório amor, nunca falha como tema. Confirmo, bom de tempero! Abç

BAR DO BARDO disse...

Francisco Coimbra,

pimenta só existe aqui por meio dos lusíadas (daí).
Abraço!

Unknown disse...

Henrique!

Esse amor que não esqueço e que teve seu começo.....

AHHHHHHH.....

É linda sua voz e seu soneto. Se Noel estiver ouvindo, vendo...deve estar feliz, feliz.

Beijos

Mirze

BAR DO BARDO disse...

Mirze,

Noel está vivinho da silva - e aprontando!
Beijo!

Tomaz disse...

" Rapaz, abandone o botequim... Deves construir um lar, antes que chegue o teu fim ! "

Me lembrou esse samba do Monarco !

Saudações

Anônimo disse...

Monarco também é dos nossos, Tomaz!