quarta-feira, 13 de abril de 2011

ars poetica-2

"poesia é som que surdo inventa"
sérgio lima silva


poesia vira ácido limão
quando forçada
goela abaixo
ouvido adentro

mesmo de um susto
nasce o poema
e se faz sensível riso

poesia
é pra ficar flaneur
mas não à toa
tem o seu destino
insuspeito
como terceira intenção

mesmo fugaz
o poema fica flutua
mora faz morar
na clareira
perto da fogueira
donde se acendem sonhos

...
olinda, agorinha mesmo, 2011
...
este foi de um susto que o barone, involuntariamente, me pregou... rsss

10 comentários:

Nei Duclós disse...

"...flaneur, mas não à toa". Boa, Samuca. Para não inventarem a "vagabundagem" (no mau sentido) inexistente do poeta, que aprendeu com Baudelaire a flanar pela cidade para reportá-la sem se entregar às percepções pragmáticas ou óbvias."Terceiro sentido". Matou a pau.

Sérgio Lima Silva disse...

não faço minhas as palavras do Nei, faço tuas
surdo inventando sons dá nisso

Anônimo disse...

nei,
tu é gentil, mermo, né? rsss

sérgio,
aprendi com o senhor...

L. Rafael Nolli disse...

Samuca, muito bom!
Aqui um verso sem igual:

"mesmo fugaz
o poema fica flutua
mora faz morar
na clareira
perto da fogueira
donde se acendem sonhos"

Abraços!

Francisco Coimbra disse...

Pegando em comentário do autor: «foi de um susto» que surgiu o poema, lemos composição que guarda no seu corpo o ritmo onde se move (agita, dança, …) em versos.
As afirmações dentro dum texto, mesmo poético, guardam intacta a necessidade de coerência, é fácil encontrar e chocar com (in)coerências: «poesia vira ácido limão/ quando forçada/ goela abaixo/ ouvido adentro», a poesia são as palavras, e, não são todas, são as que reagem com acidez na recepção a elas dada pelo corpo, pela mente.
Não chocar com as palavras, deixá-las deslizar… como ideias, de forma ideal. Continuar a leitura como leito a preceito para ideias «mesmo de um susto/ nasce o poema/ e se faz sensível riso», procuro um “sensível riso”, o prazer é sempre preciso.
«terceira intenção// mesmo fugaz/ o poema fica flutua», onde param a primeira e segundas intenções?

«mora faz morar
na clareira
perto da fogueira
donde se acendem sonhos»

Na primeira flutua e mora, na segunda acende sonhos, na terceira escreve poemas. O importante é descobrir respostas e pode-las cobrir, como se elas dessem seu copo ao nosso espírito! Se não é belo, é bonito! Parabéns!!

Anônimo disse...

rafa, você é de casa/coração e, portanto, suspeito, rs. mas acredito no seu julgamento. o negócio e que foi de improviso, em cima da hora: o victor esqueceu, involuntariamente, claro, de enviar a autorização e eu, agoniado e despreparado, apesar de saber que seria dia 13... fico feliz com avaliações como a sua, de verdade. 'brigadim, poetamigo.

chicoimbra,
meu véio, suas considerações vão entrar no meu próximo livro, já na fase de diagramação/arrumação. nem adianta chiar/protestar... sinto-me honrado por vocês terem se debruçado a sério sobre um texto meu, ao qual eu não dava muita importância, a não ser o compromisso firmado com o victor, com o poema e com o dia... mui grato, mesmo!

Francisco Coimbra disse...

Oi Samuca,
Tua resposta permitiu reler-me: «O importante é descobrir respostas e pode-las cobrir, como se elas dessem seu copo ao nosso espírito!», faz favor e enche o copo… quis escrever corpo :)
Muita sorte com e para seu livro, abraço.

Art'palavra disse...

"mesmo fugaz
o poema fica flutua
mora faz morar
na clareira
perto da fogueira
donde se acendem sonhos"

Samuca, meu querido: não poderia deixar de vir no Poemadia só pra dizer que a sua poesia faz morada no meu coração. Também estarei por aqui a cada dia 11. Bjos,Grauna

Anônimo disse...

chicoimbra,
mais uma vez, obrigsdo.
:-)

grauninha,
saudades.
tá valendo, visse?

Victor Meira disse...

boa.